Às vezes lembro minha adolescência e, do troféu abacaxi.
Adorava assistir uma personalidade que soube como poucos aproveitar a força da comunicação e o poder de um veículo de mídia ainda em fase de desenvolvimento (aquela tal curva de vida de produto).
Vestido com roupas espalhafatosas e coloridas, microfone pendurado no pescoço, uma cartola alta, uma buzina de ar manual e aquele colar vermelho que representava um dial de telefone analógico (sim, estávamos no final dos anos 60, nem se imaginava tanta telecomunicação) …
Ele conseguia atrair as atenções pelas telas das TVs com uma postura irreverente, engraçada, divertida e… comunicadora!
Algumas imagens dele me marcaram e isso vem quando estou em contato nas empresas, sejam empresários ou pessoas do operacional e acabo não resistindo e repito pelo menos duas de suas célebres frases:
– Alô, Alô, Tereziiiinha!!!!!
– Quem não se comunica se trumbica!!!
E, mesmo após tantos anos sem sua adorável presença, deixou um legado que a cada dia mais e mais podemos sentir nos ambientes de trabalho…. o poder da comunicação…
Ou, o que é mais real e assustador:
O poder da falta de comunicação!!!!
Eis um fenômeno que é um verdadeiro paradoxo da atualidade:
Vivemos um momento no planeta em que é possível se comunicar de forma instantânea com quem quisermos e onde estejam, graças ao avanço das telecomunicações, a abertura de mercado e a econômica possibilidade de que a grande maioria das pessoas, independente de sua classe social, possa ter seu comunicador móvel.
E mesmo com todos estes recursos, encontramos nas organizações problemas diversos que podem muitas vezes significar pouco e outras a pior situação possível… a perda de um cliente.
E todos sabem como e quanto custa conquistar um cliente…
Me parece então, que o problema não está mais nos meios de se comunicar, afinal vão desde o contato pessoal (que traz nossos cinco sentidos por completo: visão, audição, tato, olfato e paladar), passa pelo contato telefônico (auditivo), por email (visão e audição), por fax, carta ou mídia impressa (visão) e pela Internet (visão em sua grande maioria e em espantosa fase de desenvolvimento – similar a TV dos anos 60 – ao agregar recursos auditivos, de tato e até… olfativos, ainda em testes).
Assim a pergunta é:
“Onde está o problema de falta de comunicação?”
A resposta pode ser simples, e é, porém o difícil são os elementos nas pontas – Emissor e Receptor.
E fica mais complexo ainda quando notamos que não basta uma das pontas estar preparada, motivada, comprometida e decidida… isso tem um peso menor que 50% do resultado esperado.
É preciso que todas as pontas estejam na mesma sintonia, na mesma freqüência vibracional, com o mesmo objetivo de encontrar uma solução e resolver um impasse ou uma dificuldade ou um problema e que ajam como pessoas.
Hum…. ajam como pessoas??? Como assim?!?!
Syn!
Como seres humanos iguais a você e eu.
Que precisam ser e estar conscientes de suas habilidades e fragilidades, de seus pontos fortes e fracos, que não tenham vergonha de perguntar (afinal, perguntar não ofende!) caso não estejam entendendo ou desconheçam o assunto, que sempre coloquem a verdade e a realidade como referência, por pior que seja.
E que façam tudo com base no amor.
Amor em aprender, em compartilhar, em se auto-conhecer, em se entregar às atividades (desde as mais simples como recolher produtos que as máquinas fabricam ou varrer o chão até decisões estratégicas empresariais) compreendendo que não se atinge mais o sucesso sem o apoio de outras pessoas.
E para que esse apoio das outras pessoas seja o mais efetivo possível, é preciso aprender a se comunicar:
Conhecer cada componente desse processo de comunicação e desenvolver recursos para que, com bom humor, inteligência, persuasão e dedicação, buscar em conjunto o resultado almejado.
Caso contrário, assim como o “Velho Guerreiro” fazia com maestria, ao colocar calouros para cantar e se cantasse mal (portanto se comunicasse mal) começava a mover o microfone do coitado para os lados, para cima ou parra baixo e sem mais, de repente tocava sua buzina e lhe entregava o troféu abacaxi, símbolo de que sua comunicação era simplesmente sofrível!